terça-feira, 20 de julho de 2010

INCONSTÂNCIA
Carmo Vasconcelos

Tudo em mim paira suspenso,
indefinido,
sou a teia de fios diáfanos,
inconsistentes...

Nada me enleia!
Odeio o fixo, o programado,
sou a mudança,
a inconstância,
o improviso...

Sou a gaivota que voa solta!
Preciso espaço,
pra espairecer o meu cansaço.

E se o amor busco e atraio,
que seja um raio que caia ao lado,
que me estremeça,
que me enlouqueça,
sem me atingir!

Sou o múltiplo que não contém a unidade.
Só peço abraços,
não quero laços;
busco emoções,
não quero grilhões!

Sou o sonho que não consente a realidade,
sou um faminto que engole anseios,
mas, sem rodeios,
prefiro a fome à saciedade!

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