segunda-feira, 4 de abril de 2011



" Em algum lugar, não me lembro quando nem onde, um pequeno grupo conversava à respeito da loucura. Diziam que os loucos são pessoas que arriscam excessivamente, visitando e revisitando cada vez mais os terrenos da irreflexão, até que um dia simplesmente não conseguem retornar.

Eles discorreram sobre o tema com muita clareza. Pareciam especialistas, não da mente humana, mas de si mesmos.Discordei (em pensamento) daqueles homens que falavam tão bem sobre as vantagens inquestionáveis da lucidez.Prefiro morrer, me achar e me perder na loucura a naufragar vertiginosamente nos confins tácitos da sanidade




(...)Havia um declive imenso no alto daquela montanha, e uma placa em branco que dizia a mim mesmo "Não pense. Pule.". Assim eu o fiz. Foi tudo tão rápido que não consegui reparar muito, mas ao reconhecer-me naquele novo estado, o corpo em destroços após o baque fulminante, compreendi o quão enganado estava. Sobre tudo. A queda teria sido um caminho óbvio e a dor, companheira implacável. Cruel, embora excelente curandeira. O lado bom era que pelo menos sobrevivi. Percebi que existiam muitos rios que nos conduzem ao mar de nosso próprio infinito. Após um longo tempo, me levantei. Nem tudo quero partilhar por intermédio de palavras, mas não há problema algum em dizer que passei um longo tempo viajando pela trilha do retorno. Quando alcancei o mesmo precipício de outrora, algumas coisas haviam mudado. Não havia mais placa alguma, só o caminho adiante. Finalmente um destino que era bom. E era meu.Fechei os olhos. Eu senti. Soube. E voei."



Extraido do blog do Nando.

Um comentário:

Dani Cristina disse...

Overdose de emoção!! linda prosa poética!!