segunda-feira, 30 de maio de 2011




Nosso sonho morreu. Devagarinho,


Rezemos uma prece doce e triste


Por alma desse sonho! Vá… baixinho


Por esse sonho, amor, que não existe!


Vamos encher-lhe o seu caixão dolente


De roxas violetas; triste cor!


Triste como ele, nascido ao sol poente,
O nosso sonho… ai!… reza baixo… amor…


Foste tu que o mataste! E foi sorrindo,
Foi sorrindo e cantando alegremente,


Que tu mataste o nosso sonho lindo!


Nosso sonho morreu… Reza mansinho


Ai, talvez que rezando, docemente,


O nosso sonho acorde… mais baixinho…


Florbela Espanca

Nenhum comentário: